Indústria 4.0 nos setores tradicionais em Portugal: um estudo de diagnóstico de necessidades
No âmbito do projeto i4.0 Lead the Digital Transformation, a Associação para o Pólo de Competitividade das Tecnologias de Informação, Comunicação e Eletrónica - TICE.PT produziu o estudo Diagnóstico de Necessidades Respeitantes à Indústria 4.0 nos Setores Tradicionais em Portugal.
Poderá aceder ao documento do estudo na íntegra aqui.
O principal objetivo deste estudo foi diagnosticar as necessidades respeitantes à adoção dos conceitos de Indústria 4.0 por parte dos setores tradicionais na Região Norte e Centro (NUTS II) de Portugal. O objecto de estudo foi delimitado a empresas de tipologia PME e pertencentes a setores tradicionais. No final, a amostra contou com 40 PME do sector têxtil, calçado, mobiliário e metalomecânica.
A intenção foi compilar e fornecer às PME informação que facilitasse e orientasse o aumento do seu potencial tecnológico e de investigação e inovação em áreas estratégicas para o seu crescimento sustentado, aumentando assim a sua competitividade.
“A análise macro aos relatórios de diagnóstico de maturidade digital obtidos aponta para 35 empresas com uma classificação de Recém-Chegadas (níveis 0 e 1), o que quer dizer que as empresas estão a começar a estar envolvidas no processo de indústria 4.0, e 5 empresas com uma classificação de Aprendizes (nível 2), empresas que já se encontram a desenvolver e a implementar uma estratégia de indústria 4.0”, revela o estudo.
Constatou-se que as Operações Inteligentes e as Infraestruturas Inteligentes são as dimensões onde se verificam níveis de maturidade superiores, contrariamente aos níveis apresentados pelos Serviços Baseados em Dados e Produtos Inteligentes.
Após as entrevistas aos clusters em análise, percebeu-se que o entendimento do conceito de Indústria 4.0 varia consoante o tipo de sector em questão, mas que muitas empresas estão a traçar o seu caminho na transformação digital - muito por causa dos seus recursos humanos e pela concorrência existente no mercado. No entanto, há obstáculos à implementação da i4.0 nas empresas e que estas identificam como sendo as pessoas (recursos técnicos e gestão) e a falta de capacidade financeira para a concretização dos investimentos necessários.
A previsão é (...) a de uma Europa globalmente competitiva, adaptável, tecnologicamente forte, capaz de criar valor para assegurar o seu crescimento sustentável e o bem-estar social das suas comunidades. (...)” e que “(...) assenta na promoção da liderança europeia no desenvolvimento tecnológico de base, na aplicação dos novos modelos de negócio trazidos pela transformação digital, na capacidade de compreender e dominar a complexidade dos produtos, dos processos e dos sistemas, criando um ecossistema de inovação que permita o desenvolvimento adaptável, robusto e sustentável”.
Percebeu-se também que há uma emergência do conceito Indústria 5.0, cuja génese está em preocupações fundamentalmente societais e que tem uma visão sobre a indústria que abarca três elementos nucleares - centralização no ser humano, sustentabilidade e resiliência.